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CENÁRIO DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AO ALUNO COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO NO BRASIL



A APAHS/DF concretizou  em conjunto com a Comissão de Educação da Câmara Legislativa uma Audiência Pública para  debater A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL AO ALUNO COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO, com apoio dos Deputados Federais Erika Kokay e Nilmário Miranda que   assinaram   o    requerimento para a realização desta Audiência. Tivemos a oportunidade de reunir pesquisadores de notável conhecimento sobre o tema  e colaboradores tais como: Dra. Denise de Souza Fleith, Dra. Renata Rodrigues Maia-Pinto, Vera Lucia Palmeira e Dra. Zenita Gunther; sra. Macaé Evaristo Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão –SECADI/MEC; Sr. Antonio Leitão da Coordenação de Educação Inclusiva do GDF; e sra. Valquíria Theodoro Diretora/Presidente da APAHS/DF.

Na  ocasião a sra. Valquíria Theodoro abriu a pauta do debate elencando os pontos mais fragilizados do atual cenário para o atendimento especial ao aluno com altas habilidades/superdotação:
- CENSO ESCOLAR: Foi apontada as dificuldades encontradas pela falta de visibilidade que este recorte da educação inclusiva enfrenta na  identificação do Censo Escolar; ausência de referência deste contingente de alunos em dados oficiais;
- RECURSOS FINANCEIROS / DUPLO FUNDEB: Foi destacada a falta de informação a respeito de como funciona a distribuição de recurso para educação inclusiva, em particular a situação do Duplo Fundeb e como isto impacta nos resultados do atendimento em face da ausência de recursos financeiros e a necessidade de adoção de medidas que venham a sanar este problema;
- FORMAÇÃO CONTINUADA: Foi apresentada a necessidade de revisão curricular dos cursos de graduação e em especial o curso de Pedagogia, para que os professores possam efetivamente obter uma qualificação profissional que lhes de condições de atuar na educação inclusiva, ressaltando também a importância de melhoria nos cursos de formação oferecido pelas Secretarias de Educação;
- JUDICIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO: Foi demonstrado que o avanço da judicialização da educação implica em uma exposição negativa dos órgãos gestores da educação, não é uma ação inclusiva pois os pais têm que pagar por um processo judicial e ainda gera situação de bulling, pois expõe a criança e seus familiares no âmbito interno da escola;
- SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: Foi evidenciado, que as Salas de Recursos Multifuncionais não atendem as necessidade dos alunos com altas habilidades/superdotação, citada a descontinuidade do trabalho iniciado pelos NAAH’S, bem como a ausência de uma avaliação destes núcleos. Ainda questionou-se dados apontados pela Nota Técnica 046/2013 emitida pela Diretoria de Políticas  e Educação Especial do MEC em 22/04/2013;
- PRODUÇÃO DAS SALAS DE RECURSOS: Foi exposta a dificuldade em levar ao conhecimento da sociedade, trabalhos artísticos, técnicos e literários produzidos pelos alunos das salas de recursos.
Os expositores que vieram a seguir além de reforçar, destacaram diferentes pontos de vista desta mesma pauta, tais como: a necessidade de alteração do Art. 24 da LDB; a falta de dados oficiais sobre o número de crianças superdotadas no Brasil e suas implicações, a importância de um atendimento concomitante à família do aluno para orientar e respaldar o atendimento, a situação dos alunos de escolas particulares que não encontram atendimento.

A sra. Macaé Evaristo, secretária de  Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, se posicionou a favor da avaliação da situação dos NAAH’S , citou programas do MEC em favor da Formação Continuada,  comprometeu-se a viabilizar mais informações aos gestores de escolas a fim de garantir a inserção dos alunos com altas habilidades/superdotação no Censo Escolar, a apoiar novas diretrizes com relação ao atendimento prestado a estes alunos e viabilizar uma comissão que possa discutir e apresentar propostas para uma política pública de atendimento ao aluno com altas habilidades/superdotação.

Os senhores Deputados Federais Erika Kokay, Nilmário Miranda e Eduardo Barbosa, reconheceram a importância deste debate e a necessidade que a Comissão de Educação tem de dar mais atenção ao tema. Estiveram presentes representantes da cidade de Angra dos Reis R/J, Belo Horizonte, São Paulo e da Instituição CONBRASD; além de moções de apoio de Maria Lúcia Sabatela do INODAP e  Maria Clara Sodré do ACERTA.





LINK PARA GRAVAÇÃO DA AUDIÊNCIA: CONFIRA AQUI TUDO O QUE ACONTECEU



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