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REGULAMENTADA LEI QUE INSTITUCIONALIZA ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AO SUPERDOTADO NO DF, PELA QUAL A APAHSDF TRABALHOU

Escolas de Brasília vão dar tratamento especial para superdotados

Estudantes serão atendidos desde a educação infantil, até o fim da vida escolar. E terão uma área específica para o acompanhamento pedagógico
Agora é lei. As escolas públicas do Distrito Federal terão que oferecer Atendimento Educacional Especializado (AEE) a alunos superdotados. São considerados superdotados aquelas crianças que possuem, entre outras dotações, alta habilidade ou talento especial para artes visuais, dramáticas e musicais, capacidade intelectual superior em relação as outras crianças de idade equivalente, ou aproximada, pensamento criativo e liderança.
Para a psicopedagoga e chefe do núcleo de Altas Habilidades e Superdotação, da Secretaria de Educação, Viviane Calce, é muito grande o valor desses estudantes para o futuro do país. “Eles são parte do capital humano do país, se investirmos neles, isso pode voltar com inovações tecnológicas e em várias áreas como saúde e educação. A longo prazo, teremos um retorno positivo”, declarou.
Regulamentação
Atualmente, o ensino público do DF garante um complemento da educação a esses alunos em algumas escolas regulares. Com o Decreto 36.461, que regulamenta a Lei 5.372, de 24 de julho de 2014, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nessa quinta-feira (23), a Secretaria de Educação do DF terá que ampliar o serviço, já oferecido para alunos de escolas públicas e particulares.
Pelo decreto, os estudantes serão atendidos desde a educação infantil até o fim da vida escolar. Com isso, a Secretaria de Educação do Distrito Federal terá que disponibilizar um setor específico para o acompanhamento pedagógico dos estudantes, adequar os espaços físicos, os materiais pedagógicos, além de providenciar equipamentos de ensino. E também, oferecer formação continuada e específica a esses professores.
O ingresso dos estudantes no atendimento especializado será feito por meio de triagem. A identificação das características de superdotação pode ser feita com critérios de profissionais das áreas de educação, e a autoavaliação e afirmação da própria família serão consideradas.
Direitos
Para a presidente da Associação de Pais, Professores e Amigos dos Alunos com Altas Habilidades/Superdotação do Distrito Federal (APAHSDF), Valquíria Theodoro, o decreto vai garantir os direitos independentemente da mudança de gestão governamental, o que não ocorria antes da regulamentação da Lei.
“Isso é uma grande conquista, pois respalda os direitos obtidos na aprovação unânime que a Lei obteve pela Câmara Legislativa do DF. Além de consolidar o papel da associação como promotora de política pública para a educação de alunos superdotados”, comemorou Valquíria, que é mãe de Augusto Cézar, superdotado. “Com três anos eu comecei a perceber que ele era diferente. Com essa idade ele já lia e tinha um espírito de liderança dentro dele”, relembrou
A associação surgiu em 2011, quando pais e professores decidiram unir forças para buscar o atendimento diferenciado para os alunos superdotados. Atualmente, o DF tem mais 1.400 alunos identificados com superdotação, e 80% deles têm atendimento específico, de acordo com a associação.
Leonor, de 9 anos, com a mães Cláudia GuerreiroArquivo Pessoal
Como é o caso da estudante Leonor de Lima, de 9 anos, que estuda na Escola Classe 204 da Asa Sul. Lá, ela tem acesso a salas de Recursos Multifuncionais, que proporcionam assistência específica. Cláudia Guerreiro, jornalista e mãe de Leonor conta quando percebeu as altas habilidades da filha. ““Ela era bem pequenininha, tinha dois anos. O linguajar dela era mais desenvolvido, e algumas manifestações de percepção de mundo e comportamento estavam bem à frente das outras crianças. Além disso, ela escreveu um livro com apenas sete anos”, destaca.
Em geral, alunos com superdotação avançam as séries escolares para que o desenvolvimento acelerado não seja podado. “A Leonor tem notas altas, mas, não precisou avançar a séries, eu até prefiro assim, porque é importante passar por todo o processo, isso traz maturidade”, explicou, Cláudia.
Atendimento
A chefe do núcleo de Altas Habilidades e Superdotação, da Secretaria de Educação, Viviane Calce, lembrou que o DF atende essas crianças desde 1976, sendo que 70% delas em escolas públicas e 30% em escolas particulares.
Para identificar se é superdotada, a criança é submetida por 16 semanas a testes quando, então, são verificadas as habilidades e superdotações, que podem ser manifestadas de formas variadas. “Essa habilidade pode estar na área acadêmica, artística e intelectual. Isso depende muito de cada um. A superdotação não quer dizer que a criança é um gênio em tudo, é algo específico”, ressaltou Viviane.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde pelo menos 5% da população mundial tem algum tipo de alta habilidade. O Censo Escolar de 2010 registrou 2.769 crianças com essas características em todo o país. Deste número, mais da metade reside no Distrito Federal. 
Fonte: http://fatoonline.com.br/conteudo/2217/escolas-de-brasilia-vao-dar-tratamento-especial-para-superdotados

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